A Salvação é Individual, mas o Propósito de Deus é Coletivo

A salvação é, sem dúvida, individual. Cada pessoa terá de prestar contas diante de Deus sobre suas escolhas e ações, mas isso não significa que possamos viver ignorando os outros. Pelo contrário, é nas nossas relações, seja com quem está perto ou longe, que Deus revela quem somos verdadeiramente.

Deus não precisa nos observar em sociedade para saber o que está em nossos corações, mas Ele nos criou com liberdade e racionalidade para que possamos, nós mesmos, enxergar quem somos. Ele sabe quem idealizou quando nos formou à Sua imagem e semelhança, e nos deu o livre-arbítrio para que tenhamos a oportunidade de nos tornar aquilo que Ele planejou desde o princípio.

O tempo de vida que recebemos é uma oportunidade. No dia a dia, por meio das escolhas que fazemos e das relações que cultivamos, o mundo visível e invisível testemunha o destino que criamos: vida ou morte. É assim que o julgamento justo e imparcial de Deus se estabelece, porque Ele respeita as decisões que tomamos.

Portanto, a ideia de que, porque a salvação é individual, devemos “cuidar da nossa vida e deixar os outros que se danem” é completamente incoerente. Deus nos criou para vivermos em sociedade. Se cada um pensasse apenas em si, a humanidade perderia completamente o propósito divino.

Deus não precisa de nós para absolutamente nada. Ele é Deus, independente de nossa existência. Mas se Ele escolheu nos criar, isso demonstra Seu amor e propósito. Ele não nos fez para vivermos isolados ou centrados em nós mesmos, mas para servirmos uns aos outros. Ele nos deu tudo de que precisamos para viver, de modo que o ato de receber algo de outra pessoa seja, na verdade, uma oportunidade para ela praticar o serviço, assim como nós também devemos fazer.

O Reino dos Céus tem um padrão muito diferente do mundo. Lá, o maior é aquele que serve a todos. Jesus, nosso exemplo maior, veio para servir, e não para ser servido. Quando escolhemos essa postura de vida, nos tornamos semelhantes a Deus e cumprimos o propósito pelo qual fomos criados.

A Lei de Deus como Caminho, Não o Fim

A Lei de Deus foi dada para nos guiar no caminho da perfeição, mas não é a Lei que nos molda automaticamente. Nós é que devemos escolher nos deixar moldar por ela, colocando-a em prática em nossas vidas. A obediência à Lei é apenas um degrau; o propósito de Deus vai além do que ela ensina.

A Lei aponta o caminho, mas o objetivo final é que sejamos transformados à imagem e semelhança de Deus em nosso caráter, vivendo em amor e verdade. Entender essa diferença é fundamental para alcançarmos o propósito divino: viver de maneira que reflita o coração de Deus em todas as nossas ações e relações.

Conclusão

Ignorar o próximo em nome de uma salvação individual é trair o propósito de Deus. Ele nos chama para sermos luz no mundo, servindo uns aos outros e refletindo Seu caráter em nossas vidas. A vida é curta, e negligenciar essa oportunidade é perder o único bem real que temos: o tempo.

Se vivermos de acordo com o plano de Deus, servindo sem esperar ser servidos, teremos dado o passo mais importante para cumprir o propósito pelo qual fomos criados. Afinal, ao imitarmos a Deus, permitimos que Ele seja glorificado em nossas vidas, e nos tornamos instrumentos de Sua vontade neste mundo.

Que possamos sempre lembrar: a salvação é individual, mas o propósito de Deus é coletivo.

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